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Segundo o Dieese, pauta de reivindicações atual é basicamente "defensiva", para preservar direitos ou conquistas dos trabalhadores

Entre setor privado (655), funcionalismo público (718) e estatais (73), o país teve 1.453 greves no ano passado, segundo acompanhamento feito pelo Dieese. Um pouco menos do que em 2017 (1.568), mas três vezes mais do que no período pré-2013, por exemplo. Mas o que o instituto identifica, principalmente, é a alteração das pautas de reivindicações, provocada pela mudança de cenário econômico: agora, a pauta é "simples, reduzida e quase somente defensiva". Ou seja, em vez de avanços nas conquistas, os trabalhadores têm como prioridade manter direitos. 

Esse movimento defensivo é percebido a partir de 2015, com piora nos indicadores de emprego e nos ganhos salariais. "A ênfase defensiva da pauta das greves continua, mas observam-se importantes descontinuidades. As pautas reivindicatórias são reduzidas a uma só exigência, imediata, como no caso das frequentes mobilizações contra o atraso no pagamento de salários", cita o Dieese.

Os dados indicam que grande parte dos movimentos teve caráter de advertência ou desfecho rápido. Segundo o Dieese, 82% das greves tinham itens de caráter defensivo na pauta. E mais da metade (53%) referia-se a descumprimento de direitos. Em quase 38% dos casos, a principal reivindicação era sobre atraso de salário, de férias, do 13º ou do vale. Em 37%, sobre reajuste ou piso salarial.