Um levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) anunciou que no primeiro semestre de 2018 as convenções coletivas tiveram retração de 45,2% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando a Reforma Trabalhista não estava em vigor.
Para que a convenção coletiva aconteça é necessário que seja aprovada pelo sindicato dos trabalhadores e das empresas. Com isso, o sindicato patronal recusa os acordos coletivos e busca negociações individuais, nas quais se vê em melhor posição para chantagear e pressionar os trabalhadores a aceitarem piores condições de trabalho para manter seus empregos.
Esse dado alarmante revela o ataque à organização coletiva dos trabalhadores e também que a prevalência do negociado sobre o legislado é totalmente assegurada com a Reforma Trabalhista. Esse terreno abre alas para os abusos das empresas, que aumentam exponencialmente em negociações individuais, quando os trabalhadores temem por seu sustento diante do insistente desemprego e do aumento da informalidade, sintomas da crise que pioraram com a Reforma Trabalhista, segundo mostra pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dados de uma pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que outros direitos dos trabalhadores são temas debatidos nas mesas de negociação após a Reforma Trabalhista, como a questão da jornada de trabalho, a insalubridade imposta às trabalhadoras gestantes e lactantes, banco de horas etc. São todos pontos que, após a vigoração da Reforma, desprotegem os trabalhadores e favorecem exclusivamente os patrões, muito ao contrário da propaganda de prosperidade e modernização das relações de trabalho defendida pelo governo.
Mais uma vez fica evidente que a Reforma Trabalhista é uma verdadeira atrocidade contra a vida de milhões de trabalhadores. Por isso é urgente se organizar em cada local de trabalho, com sindicatos fortes e atuantes, em busca da sua revogação.
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