Anvisa aprova uso emergencial da vacina, mas ainda temos um longo caminho pela frente
No último domingo, 17 de janeiro, recebemos a notícia que esperávamos há muito tempo: a Anvisa autorizou por unanimidade o uso emergencial das vacinas Coronovac e de Oxford contra a Covid-19.
Mas até que de fato a nossa população seja imunizada, temos um longo caminho pela frente e o principal obstáculo tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro.
O Brasil só tem seis milhões de doses prontas da vacina Coronavac que pode ser fabricada pelo Butantan. Os imunizantes distribuídos aos estados desde segunda foram trazidos pelo governo paulista do país asiático, sede da farmacêutica Sinovac, parceira do instituto ligado ao governo de São Paulo. O princípio ativo para a produção da vacina, chamado IFA, é importado da China e o Brasil tem enfrentado dificuldade para a aquisição. Se o governo brasileiro não conseguir trazer mais matéria prima, as doses disponíveis da Coronavac devem acabar ainda este mês e a vacinação será paralisada.
Ontem em entrevista o Diretor do Butantan, Dimas Covas, pediu que Bolsonaro tenha “dignidade” para defender a CoronaVac e negociar com a China.
E a briga política continua. Até domingo a vacina era inimiga número um do presidente, que fazia questão de dificultar tudo o que pudesse por mera disputa política com o governo do Estado. Com a aprovação da ANVISA, Bolsonaro aparentemente “se rendeu”, mas fez questão de frisar que a vacina é do Brasil e não de governador. E quem se importa de onde vem, presidente?
O fato é que o nosso país atingiu a marca de 211.491 mortes por Covid-19 e estamos bem atrasados no combate à essa doença. Estamos perdendo vidas e nossa economia está indo de mal a pior. Não é hora de vaidade, orgulho e disputa política. Não há mais tempo e paciência para a incapacidade e imaturidade de nosso presidente.
