A política de valorização do salário mínimo, interrompida pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), é responsável por R$ 425 dos R$ 998 do salário mínimo pago a trabalhadores e aposentados que recebem o piso do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) neste ano.
Entre 2005 e 2019, o salário mínimo subiu 283,8%, enquanto a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), responsável pela correção dos benefícios previdenciários acima do piso, avançou 120,2%. Na prática, quem ganha um salário acumulou aumento real de 74,3% nos últimos 14 anos.
Cerca de 48 milhões de brasileiros recebem a remuneração mínima no país. Desse total, há 23,3 milhões de beneficiários do INSS; 12,2 milhões de empregados formais; 8,6 milhões de autônomos e 3,8 milhões de empregados domésticos, ainda segundo o Dieese.
“O fim da política de aumento real do salário mínimo tem um enorme impacto na distribuição de renda do país, podendo ampliar a desigualdade e a miséria”, afirma o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.
Os potenciais efeitos também podem chegar a trabalhadores com remunerações mais elevadas, segundo Clemente. “O salário mínimo possui um efeito de arrasto em relação aos pisos salariais das categorias de trabalhadores, principalmente aqueles que são de até dois salários mínimos”.
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